A fibromialgia é uma síndrome dolorosa crônica, caracterizada principalmente por dor musculoesquelética generalizada e fadiga. Geralmente está associada a distúrbios funcionais e psiquiátricos variados, como cefaleia crônica, síndrome do intestino irritável, síndrome da fadiga crônica, síndrome de dor miofascial e distúrbio temporomandibular. É mais prevalente em mulheres, sendo muito comum nas consultas de reumatologia.
Causas
A fibromialgia não é uma doença ocupacional. Ela acontece como uma síndrome de sensibilização central em que ocorre uma resposta anormal e inadequada do sistema nervoso central aos estímulos periféricos, com amplificação da dor. Alodinia, hiperalgesia e dor persistente fazem parte do quadro. Existe forte componente genético e cultural associados.
Sintomas/manifestações clínicas
O paciente com fibromialgia apresenta um quadro inicialmente insidioso, com dor em queimação, peso, contusão ou “exaustão” da região afetada. A região da nuca, pescoço e ombro também fazem parte das manifestações iniciais, mas os sintomas logo tornam-se amplos e difusos. Há dificuldade de localizar a dor e frequentemente os pacientes relatam dor “nos ossos” e/ou “nos nervos”.
Além disso, queixas de rigidez articular, fadiga, sintomas depressivos, sono não reparador, oscilações de humor, alteração do hábito intestinal e cefaleia são muito comuns.
Ao exame clínico, não é notado sinal de doença sistêmica, anormalidade articular ou perda de força. Percebem-se diversos pontos dolorosos difusos, mas a presença de “pontos-gatilho” não é essencial para o diagnóstico.
A fibromialgia pode estar relacionada a outras doenças reumatológicas como osteoartrite, artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, síndrome de Sjogren, entre outras.
Pontos dolorosos
Os pontos dolorosos da fibromialgia, também chamados tender points, não representam uma estrutura anatômica definida, mas incluem sítios na musculatura, ligamentos ou áreas de bursas. A resposta do paciente à pressão de cada ponto doloroso é bastante variável. Para o diagnóstico de fibromialgia, não é necessária a análise específica desses pontos.
Tem cura?
A fibromialgia é uma doença crônica, porém, é possível controlar os sintomas e manter uma boa qualidade de vida, associando medidas farmacológicas e não farmacológicas.
Tratamento
A abordagem da fibromialgia deve incorporar estratégias farmacológicas e não farmacológicas, com acompanhamento multidisciplinar e participação ativa do paciente. Tratamento farmacológico: algumas classes de medicamentos são mais utilizadas, como os antidepressivos tricíclicos e os inibidores de recaptação de norepinefrina e serotonina.
Educação: reconhecimento por parte do paciente da natureza dos seus sintomas, dos objetivos e etapas do tratamento e da necessidade de sua participação ativa para melhora do quadro.
Exercícios: o combate ao sedentarismo e o estímulo aos exercícios físicos estão entre as medidas mais reconhecidas como essenciais para o tratamento da fibromialgia. Os exercícios aeróbicos foram os mais estudados, e além de reduzirem os sintomas, melhoram a função, os aspectos emocionais e a qualidade de vida.
Terapias psicológicas: depressão e ansiedade devem ser consideradas na abordagem terapêutica. A terapia cognitivo comportamental tem destaque nesse aspecto.
Para mais informações, procure um reumatologista.
CID: M79.7
Livro da Sociedade Brasileira de Reumatologia. José Tupinambá Sousa Vasconcelos. 2019
Reumatologia: Diagnóstico e Tratamento. Marco Antonio P. Carvalho. 5ª edição 2019
Reumatologia. Marc C. Hochberg. 6ª edição
UpToDate 2021