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Marcella Mello - Doctoralia.com.br

Pseudogota

A artrite aguda por cristais de pirofosfato de cálcio, anteriormente denominada pseudogota, é uma das manifestações da doença por deposição de pirofosfato de cálcio, patologia com prevalência entre 5 e 10% da população, mais comum nos idosos. 

Causas

Muitos casos são idiopáticos, entretanto, alguns fatores de risco estão associados ao desenvolvimento da doença. São eles: envelhecimento (raro antes dos 55 anos), trauma articular prévio, cirurgia articular, hemocromatose, hiperparatireoidismo, hipomagnesemia, hipofosfatemia, etc.

Sintomas/manifestações clínicas

A maioria dos pacientes com deposição de cristais de pirofosfato de cálcio (DPFC) é assintomática. Entretanto, 4 tipos de apresentações são mais comumente vistos:

  1. DPFC assintomática: apresentação mais comum. É diagnosticado pelo achado ocasional de condrocalcinose (calcificação radiográfica na fibrocartilagem)
  2. Artrite aguda por cristais de pirofosfato de cálcio (antiga pseudogota): monoartrite ou oligoartrite aguda, sendo a causa mais comum de monoartrite em idosos. Locais mais acometidos são joelho, punho, ombro, tornozelo e cotovelo. Os ataques geralmente são agudos, rápidos, com dor importante, edema e rigidez.
  3. Osteoartrite com DPFC: É a forma mais comum. Cerca de 50% dos pacientes com DPFC evoluem com alterações degenerativas semelhantes a osteoartrite. Em metade desses pacientes, episódios de sinovite aguda podem se sobrepor. Acometimento preferencial de joelhos, punhos, metacarpofalangeanas, quadris, ombros e cotovelos.
  4. Artrite inflamatória crônica por cristais de pirofosfato de cálcio: Poliartrite crônica de pequenas e grandes articulações, não erosiva, semelhante à artrite reumatoide.

Diagnóstico

Um exame clínico especializado, associado à radiografia convencional geralmente são suficientes para dar o diagnóstico. Entretanto, a confirmação se dá com o achado de cristias de PFC no líquido sinovial, que se apresentando com forma rombóide e birrefringência positiva fraca.

Os achados habitual do RX é a calcificação de padrão linear ou pontilhado nas estruturas fibrocartilaginosas (menisco, sínfise púbica, ligamento triangular do punho) e na cartilagem hialina, paralela ao osso subcondral.

Exames laboratoriais

É comum na propedêutica de DPFC a realização de propedêutica laboratorial para pesquisa de causas ou fatores de risco. 

Hemograma, provas inflamatórias, ácido úrico, fator reumatoide para diagnóstico diferencial. Após definição de DPFC: cálcio, fósforo, magnésio, fosfatase alcalina, ferritina, ferro sérico, índice de saturação de transferrina, TSH.

Tratamento

Não há tratamento que previna a deposição de cristais de PFC ou que dissolva os cristais.

Pode-se fazer uso de medicações sintomáticas como analgésicos, antiinflamatórios, corticoide em baixas doses e infiltrações intra-articulares, além do tratamento das patologias de base.

Diferença entre pseudogota e gota

Ambas doenças são artropatias inflamatórias, classificadas como artrites microcristalinas. A gota é causada pela deposição de cristais de monourato de sódio e a pseudogota acontece pela deposição de cristais de pirofosfato de cálcio.

CID: M 11.2; M 11.8

Livro da Sociedade Brasileira de Reumatologia. José Tupinambá Sousa Vasconcelos. 2019

Reumatologia: Diagnóstico e Tratamento. Marco Antonio P. Carvalho. 5ª edição 2019

Reumatologia. Marc C. Hochberg. 6ª edição

UpToDate 2021

Dra. Marcella Mello
Dra. Marcella Mello
Sou médica reumatologista, com residência médica pela Santa Casa de Belo Horizonte e Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Reumatologia. Meu objetivo é trazer conteúdo relevante e preciso a cerca da Reumatologia. Meu compromisso é com seu entendimento sobre o assunto de uma forma leve e clara. CRM: 71401-MG RQE Nº: 50241