Você sabe o que é a fibromialgia? O que é, quais os sintomas e causas? Continue lendo nosso artigo e saiba mais sobre essa síndrome que acomete uma parcela significativa da população brasileira.
O que é Fibromialgia?
A Fibromialgia (CID M79.7) é uma síndrome dolorosa crônica, caracterizada principalmente por dor musculoesquelética generalizada e fadiga.
Geralmente está associada a distúrbios funcionais e psiquiátricos variados, como cefaleia crônica, síndrome do intestino irritável, síndrome da fadiga crônica, síndrome de dor miofascial e dor na articulação temporomandibular.
É mais prevalente em mulheres, sendo muito comum nas consultas de reumatologia.
Causas da doença
As causas específicas da fibromialgia ainda não são totalmente conhecidas. Contudo, estudos indicam que pessoas com esse quadro apresentam um sistema nervoso mais sensível, o que resulta em uma maior percepção de dor.
A fibromialgia pode ser desencadeada por eventos por eventos traumáticos, como acidentes, traumas físicos ou psicológicos, ou até mesmo por doenças graves. Porém, pode ter início sem um fator causal identificável.
A fibromialgia não é considerada uma doença ocupacional, mas sim uma síndrome de sensibilização central. Nessa condição, o sistema nervoso central reage de forma inadequada aos estímulos, amplificando a dor. O quadro inclui sintomas como alodinia (dor quando o estímulo não é doloroso), hiperalgesia (dor além do esperado) e dor persistente, além de haver um forte componente genético e cultural envolvido.
Quais são os sintomas e manifestações clínicas?
Podemos listar alguns dos sintomas mais comuns nos pacientes que apresentam a síndrome da fibromialgia. Dentre eles:
- Dores ósseas e musculares que percorrem todo o corpo
- Fadiga
- Cansaço
- Sono não reparador
- Insônia
- Alterações na memória
- Alterações de intestino
- Problemas psíquicos como ansiedade e depressão
O paciente com fibromialgia apresenta um quadro inicialmente insidioso, com dor em queimação, peso, contusão ou “exaustão” da região afetada. A região da nuca, pescoço e ombro também fazem parte das manifestações iniciais, mas os sintomas logo tornam-se amplos e difusos. Há dificuldade de localizar a dor e frequentemente os pacientes relatam dor “nos ossos” e/ou “nos nervos”.
Além disso, queixas de rigidez articular, fadiga, sintomas depressivos, sono não reparador, oscilações de humor, alteração do hábito intestinal e cefaleia são muito comuns.
Ao exame clínico, não é notado sinal de doença sistêmica, anormalidade articular ou perda de força. Percebem-se diversos pontos dolorosos difusos, mas a presença de “pontos-gatilho” não é essencial para o diagnóstico.
A fibromialgia pode estar relacionada a outras doenças reumatológicas como osteoartrite, artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, síndrome de Sjogren, entre outras.
Pontos dolorosos
Os pontos dolorosos da fibromialgia, também chamados tender points, não representam uma estrutura anatômica definida, mas incluem sítios na musculatura, ligamentos ou áreas de bursas. A resposta do paciente à pressão de cada ponto doloroso é bastante variável. Para o diagnóstico de fibromialgia, não é necessária a análise específica desses pontos.
Fibromialgia tem cura?
A fibromialgia é uma doença crônica, porém, é possível controlar os sintomas e manter uma boa qualidade de vida, associando medidas farmacológicas e não farmacológicas.
Tratamento
A abordagem da fibromialgia deve incorporar estratégias farmacológicas e não farmacológicas, com acompanhamento multidisciplinar e participação ativa do paciente.
Tratamento farmacológico: algumas classes de medicamentos são mais utilizadas, como os antidepressivos tricíclicos e os inibidores de recaptação de norepinefrina e serotonina.
Educação: reconhecimento por parte do paciente da natureza dos seus sintomas, dos objetivos e etapas do tratamento e da necessidade de sua participação ativa para melhora do quadro.
Exercícios: o combate ao sedentarismo e o estímulo aos exercícios físicos estão entre as medidas mais reconhecidas como essenciais para o tratamento da fibromialgia. Os exercícios aeróbicos foram os mais estudados, e além de reduzirem os sintomas, melhoram a função, os aspectos emocionais e a qualidade de vida.
Terapias psicológicas: depressão e ansiedade devem ser consideradas na abordagem terapêutica. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) tem destaque nesse aspecto.
Para mais informações, procure um reumatologista.
Referências
- Livro da Sociedade Brasileira de Reumatologia. José Tupinambá Sousa Vasconcelos. 2019
- Reumatologia: Diagnóstico e Tratamento. Marco Antonio P. Carvalho. 5ª edição 2019
- Reumatologia. Marc C. Hochberg. 6ª edição
- UpToDate 2021