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Dra. Marcella Mello Reumatologista
Marcella Mello - Doctoralia.com.br

Granulomatose com Poliangiite

A Granulomatose com Poliangiite (GPA), anteriormente chamada de Granulomatose de Wegener, é uma doença autoimune rara que provoca inflamação nos pequenos e médios vasos sanguíneos do corpo.

Essa inflamação, conhecida como vasculite, pode reduzir o fluxo sanguíneo para órgãos e tecidos, levando a danos permanentes. Além disso, a formação de granulomas (aglomerados de células inflamatórias) pode piorar ainda mais o quadro.

Órgãos mais afetados

  • Trato respiratório superior: inclui nariz, seios da face e garganta.
  • Pulmões: a inflamação pode causar cicatrizes ou comprometer a função pulmonar.
  • Rins: muitas vezes afetados em estágios avançados, os rins podem desenvolver insuficiência renal caso não sejam tratados.

Embora seja rara, a GPA é uma doença potencialmente grave, mas que pode ser controlada com um tratamento adequado.

Causas e fatores de risco

A causa exata da Granulomatose com Poliangiite ainda é desconhecida, mas acredita-se que seja resultado de um desequilíbrio do sistema imunológico. Alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolvê-la:

  • Genética: algumas pessoas podem ter predisposição genética.
  • Fatores ambientais: exposição a produtos químicos ou agentes infecciosos.
  • Infecções virais ou bacterianas: podem atuar como gatilhos para a resposta imunológica anormal.

Importante: a GPA não é contagiosa, ou seja, não passa de pessoa para pessoa.

Principais sintomas

Os sintomas variam conforme os órgãos afetados e podem surgir de forma gradual ou rápida.

Sintomas gerais:

  • Febre
  • Fadiga
  • Perda de peso
  • Perda de apetite

Sintomas respiratórios:

  • Congestão nasal crônica
  • Sinusite persistente
  • Sangramentos nasais
  • Tosse (com ou sem sangue)
  • Falta de ar
  • Dor no peito

Sintomas renais:

  • Presença de sangue na urina (hematúria)
  • Inchaço nos membros inferiores
  • Pressão arterial elevada

Outros sintomas:

  • Erupções cutâneas
  • Feridas ou ulcerações na pele
  • Dor nas articulações

Como os sintomas podem ser semelhantes a outras doenças, um diagnóstico preciso é essencial.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da GPA envolve avaliação clínica, exames laboratoriais e de imagem.

Principais exames

  • Exames de sangue: identifica a presença de anticorpos anticitoplasma de neutrófilos (ANCA), comum em pacientes com GPA.
  • Exames de imagem: radiografias, tomografias ou ressonâncias magnéticas ajudam a identificar inflamações e danos nos órgãos.
  • Biópsia: a análise de tecido de órgãos afetados (pulmões, rins ou pele) confirma a presença da vasculite e granulomas.

O que significa ANCA positivo?

A presença de anticorpos ANCA é um importante marcador da GPA. Existem dois tipos principais:

  • C-ANCA (citoplasmático): associado à proteína PR3 (proteinase 3), mais comum na GPA.
  • P-ANCA (perinuclear): ligado à proteína MPO (mieloperoxidase), mais comum em outras vasculites.

Além do ANCA, outros exames ajudam no diagnóstico:

  • PR3 (proteinase 3): frequentemente presente em pacientes com GPA.
  • MPO (mieloperoxidase): mais comum em outros tipos de vasculite.
  • VHS e PCR: avaliam os níveis de inflamação no corpo.

Tratamento da Granulomatose com Poliangiite

Embora a GPA não tenha cura, o tratamento adequado pode controlar a doença e manter a remissão.

Medicamentos comuns

  • Corticosteroides (ex: prednisona) para reduzir a inflamação.
  • Imunossupressores (ex: metotrexato, ciclofosfamida, rituximabe) para modular o sistema imunológico.

Monitoramento regular

Acompanhamento médico frequente é essencial para ajustar o tratamento e evitar complicações.

Estilo de vida

  • Alimentação balanceada
  • Exercícios moderados
  • Evitar infecções e situações de estresse extremo

Com o avanço das pesquisas e um acompanhamento médico adequado, pacientes com GPA podem ter qualidade de vida e manter a doença sob controle.

Perguntas Frequentes

A GPA é hereditária? Não. Embora fatores genéticos possam influenciar, a doença não é diretamente herdada.

Qual é a expectativa de vida de um paciente com GPA? Com tratamento adequado, a expectativa de vida melhorou significativamente. Sem tratamento, a doença pode ser fatal.

A GPA tem cura? Não, mas pode ser controlada. Muitos pacientes entram em remissão e levam uma vida normal.

Qual o melhor tratamento para a GPA? O tratamento depende da gravidade do caso, mas geralmente inclui corticosteroides e imunossupressores. Em casos graves, podem ser necessárias terapias biológicas, como rituximabe.

Referências

Moreira, C. et al. Livro da SBR, 3ª Ed. Editora Manole, 2023

Hochberg MC. Rheumatology, 8th ed. Philadelphia: Elsevier; 2023.

Dra. Marcella Mello
Dra. Marcella Mello
Sou médica reumatologista, com residência médica pela Santa Casa de Belo Horizonte e Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Reumatologia. Meu objetivo é trazer conteúdo relevante e preciso acerca da Reumatologia. Meu compromisso é com seu entendimento sobre o assunto de uma forma leve e clara. CRM: 71401-MG RQE Nº: 50241