A Síndrome de Felty é uma condição rara e grave, que costuma afetar pessoas com artrite reumatoide (AR) avançada. Ela se caracteriza pela combinação de três fatores: artrite reumatoide, aumento do baço (esplenomegalia) e baixa contagem de glóbulos brancos (neutropenia).
Se não for diagnosticada e tratada corretamente, essa síndrome pode gerar complicações sérias, como infecções recorrentes. Se você ou alguém próximo tem artrite reumatoide, é importante conhecer os sinais para garantir o tratamento precoce e eficaz.
Sintomas da Síndrome de Felty: o que observar?
A Síndrome de Felty é uma condição complexa, mas entender seus sintomas pode ajudar a identificar e tratar o problema mais rapidamente. Veja os principais sinais:
Artrite Reumatoide grave
Quem tem a Síndrome de Felty geralmente já apresenta artrite reumatoide severa, com dores, inchaço e rigidez nas articulações.
Em muitos casos, a doença é erosiva, ou seja, causa danos permanentes nas articulações, e os pacientes costumam ter níveis elevados do fator reumatoide, um marcador sanguíneo da AR.
Aumento do baço (Esplenomegalia)
O baço pode aumentar de tamanho, causando desconforto na parte superior do abdômen ou uma sensação de plenitude, mesmo após comer pequenas quantidades de comida.
Baixa contagem de Neutrófilos (Neutropenia)
Essa condição leva à diminuição dos neutrófilos, um tipo de glóbulo branco essencial para combater infecções.
Quando a contagem de neutrófilos cai abaixo de 1500/μL, o risco de infecções, especialmente na pele e nas vias respiratórias, aumenta significativamente.
Fadiga e fraqueza
A anemia ou a neutropenia podem fazer com que o paciente se sinta constantemente cansado e fraco, sem energia para as atividades do dia a dia.
Perda de peso e febre
É comum que pessoas com a Síndrome de Felty apresentem perda de peso sem explicação e febre recorrente, sintomas que muitas vezes são ignorados, mas podem indicar a gravidade da condição.
Manifestações extra-articulares da Artrite Reumatoide
Além dos sintomas articulares, a Síndrome de Felty também costuma vir acompanhada de problemas em outras partes do corpo, como:
— Nódulos reumatoides: caroços sob a pele, geralmente nas áreas mais afetadas pela artrite.
— Vasculite: inflamação dos vasos sanguíneos, que pode causar lesões na pele.
— Pleurite: inflamação da pleura, a membrana que envolve os pulmões, causando dor no peito e dificuldade para respirar.
— Episclerite: inflamação nos olhos, que pode provocar vermelhidão e desconforto.
— Pericardite: inflamação no revestimento ao redor do coração, que pode resultar em dor no peito.
— Úlceras de pele: feridas, especialmente nas pernas, são observadas em 78% dos casos e podem ser difíceis de cicatrizar.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da Síndrome de Felty é feito com base em exames e avaliações clínicas específicas:
— Exames de sangue: identificam neutropenia (baixa de neutrófilos), anemia e marcadores da artrite reumatoide, como fator reumatoide (FR) e anticorpos anti-CCP.
— Ultrassonografia ou tomografia abdominal: avaliam o tamanho do baço para detectar esplenomegalia.
— Avaliação clínica: inclui análise do histórico médico de artrite reumatoide e sintomas típicos da síndrome.
— Biópsia de medula óssea (em casos selecionados): realizada para descartar outras causas de neutropenia, se necessário.
Esses exames garantem um diagnóstico preciso e direcionam o tratamento adequado.
Tratamento da Síndrome de Felty: opções e cuidados
A Síndrome de Felty, uma complicação rara da artrite reumatoide, deve ser tratada com acompanhamento de um reumatologista. As principais opções de tratamento incluem:
— Drogas reumáticas modificadoras de doença (DMARDs): medicamentos como metotrexato e leflunomida ajudam a controlar a artrite reumatoide subjacente, que é a causa da síndrome.
— Medicamentos imunobiológicos: usados para casos mais graves, esses medicamentos visam suprimir a resposta imune exagerada associada à síndrome.
— Aumento da contagem de neutrófilos: em casos severos, podem ser prescritos medicamentos específicos para aumentar a quantidade de neutrófilos e reduzir o risco de infecções.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para melhorar a qualidade de vida e evitar complicações graves. Para mais informações sobre artrite reumatoide, confira nosso artigo completo sobre o tema!